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O culto de Orixá vem da África, da cultura Nagô-yorubá. E nessa cultura não havia um Orixá que representasse a Mãe do Fogo. Falava-se numa “Iansã do Fogo” (Iansã-Egunitá ou Oyá-Egunitá) como uma Qualidade de Iansã, mas não se tratava de outro Orixá. Dentro dos Cultos de Nação, é muito antigo e de acesso restrito o culto de Iansã do Fogo.

 

Oyá Egunitá teria fundamento com Ogum Wari e Odé. Em outra visão, Oyá Egunitá é um Orunkó (nome, dijina) e não qualidade de Oyá. Na ancestralidade Nagô-Iorubá, encontramos muitas semelhanças em Egunitá com as características de Oro Iná, mesmo que a "nova" Orixá não apareça com o nome que a conhecemos nas mitologias Iorubanas ancestrais.Ancestral de Oba Aganjù e Sàngó, para alguns a mãe, segundo outros o pai. Deidade de fundamento se recebe juntamente com Aganjù e Sàngó e não se inicia ou consagra em nenhum individuo.

 

Ligada ao culto de Egun, sendo seu fundamento mais forte. É a senhora que caminha com os mortos. Algumas facções tendem a separar esta manifestação de Iansã das demais, criando assim um orixá feminino individual. Egunitá nessa visão seria a senhora da espada flamejante. 

 

Seu culto na África era independente. Tem ligação com o culto a Egun e laços de amizade com Oxum, pois foi Onira quem ensinou Oxum Opará a guerrear. É a dona do atori, uma pequena vara usada no culto de Oxalá para chamar os mortos na intenção de fazê-los participar da cerimônia. Também é usado para fazer reinar a paz no local ou na vida de alguém e trazer-lhe abundância e tem o poder de mandar chover regularmente para trazer a prosperidade.

 

Dia da Semana; Quinta feira.

Saudação“Kali-Yê, minha Mãe!”

Data Comemorativa: 24 de Maio

Elemento: cobre

Sincretismo:  Kali (Índia) e Santa Sara Kali, celebrada na Umbanda em 24 de maio.

 

A Orixá Egunitá, como irradiadora da chama cósmica e purificadora da Justiça Divina, atua sobre os seres movidos por paixões avassaladoras e incandesce até um ponto em que começam a consumir a si próprios.
Quanto aos desequilibrados mentais, Egunitá  retira todo o calor (energia ignea) do corpo energético do ser e ele se resfria de imediato, tornando-se frio e escuro (egun), essa é uma ação natural energética desse Orixá.


Egunitá por possuir seu elemento o fogo pode e deve ser adorada nas necessidades de desfazer magias negras, e proteção espiritual, o fogo é um elemento devastados por isso temos a necessidade de saber trabalhar com essa linha e a respeitá-la muito, pois não há limite para a atuação de limpeza negativa de Egunitá.
É o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados, a Mãe do Mistério do Fogo. O sincretismo de Egunitá com Santa Sara Kali está ligado à ideia do “fogo destruidor” da Divindade Kali, cultuada na Índia. Ela atua para nos defender das magias negativas e das injustiças, mas sempre a partir de uma autopurificação, para então nos renovar. Isto é, primeiro ela faz uma purificação em nós mesmos, para nos renovar: purificação de conceitos e ideias antigas aos quais nos apegamos e que nos prejudicam; purificação dos nossos vícios de comportamento etc. Uma dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade natural cósmica do Fogo Divino).

Itan/Lendas:

 

Conta essa lenda que em determinada época, ela era esposa de Ogum, mas por mais que tentasse não conseguia ter filhos, o que fez com que consultasse um babalawô. Este após consultar os ancestrais, informou-lhe que ela somente poderia engravidar de um homem que a possuísse com força e violência. Então, ela contou o acontecido para Xangô e este a tomou dessa forma, e culminou com ela engravidando, pois tinha se separado de Ogum e tinha ido viver com Xangô, e dessa forma como ela a possuiu ela terminou tendo 09 filhos dele. Mas, para seu desespero e tristeza, os oito primeiros nasceram mudos.

 

Ela novamente consulta o babalawô e este após oferecer sacrifícios aos Orixás, determina que ela volte a copular com o mesmo homem e da mesma forma, e então ela engravida e desta gravidez nasce egum, mas embora não fosse mudo, ela somente falava com uma voz inumana o que causava pavor a todos. Desta forma ela passou a ser rainha de egum, e até hoje em suas festas ela está presente, pois somente ela tem o poder para enfrenta-lo. Conta outra lenda que: Em determinada ocasião, vivia Oyá triste porque não conseguia ter filhos. E após consultar um babalawô ele lhe disse que para que ela pudesse engravidar deveria parar de comer carneiro e ovelha. Ela prontamente seguiu esse conselho e ainda fez todas as oferendas que ele a determinou. Depois disso ela conseguiu engravidar e teve 09 filhos.

 

Entre as oferendas que ela deveria fazer, constava o fato de ter sempre um pano vermelho por perto. E mesmo sem saber o motivo Oyá mantinha este tecido em casa. Após o nascimento de seus filhos foi revelado o mistério do pano: o tecido era para confeccionar a roupa de um de seus filhos: egum. Esta roupa serviria para no futuro, vestir os eguns que desejassem visitar seus entes queridos após sua ida para o outro lado da vida terrena. Quando o espírito de uma pessoa morta deseja visitar aqueles que deixou na terra, tem que se vestir sem deixar nada à mostra, pois os seres humanos não podem ver seu rosto nem seu corpo, e a roupa feita por Oyá é que veste o mesmo evitando assim maiores consequências para as pessoas e a comunidade.

 

Em seus fundamentos, essa Oyá sempre se mostra aguerrida, agressiva e se não tivermos muito cuidado ao preparar seus ritos, podemos causar um furor tão grande nela, que corremos o risco de sermos vítimas de sua ira. Como toda Oyá Igabale, ou Balé, nunca devemos acordar as pessoas que estão manifestadas por ela dentro de casa. Sempre no tempo deve ser suspendida de seu filho, afinal onde estas Oyás estão egum sempre as acompanham. Seus ritos são feitos de forma muito diferentes dos demais Orixás e seguem preceitos bem atípicos dos demais. Egunitá é uma guerreira, mas, comanda os ventos mais fortes, dança para os eguns, é a senhora dos mortos. É comum encontrarmos essa Yabá dançando para os eguns, como forma de entretê-los e de fazer com que se lembrem de que ela é sua mãe. 

 

 

Conta em Africa que era uma Deusa que vivia nua com uma adaga na mão e caminhado pelas estraddas e cortava a cabeça de quem cruza-se o seu caminho.Tinha prazer em se banhar com sangue de suas vitimas. Uma Deusa muito bonita e mais sanguinaria do que o grande guerreiro Ogum. Seu Pai Oxala, pediu ajuda a Deusa Oshum pra ensinar. Seus encantos e doçura. Em época que não se desobedecia a ordem do Rei Oxala. Ela foi levada por Oshum pra sua morada na Cachoeira. 

 

Pensou que na primeira oportunidade sairia dos domínios da Deusa Oshun. Seguiu seus ensinamentos pra conquistar a confiança de Oshun que estava sempre a se olhar no seu espelho(abebe). Onirá se afastou de Oshum nadando achando ela que Oshum não estava vendo. Oshun se atirou nas aguas quando Onirá viu se transformou numa lavra de fogo.

 

Ai Oshun se atirou na lavra se fundindo com ela pra que ela não fugisse. Desse episódio nasceu Orixa Onirá, que aqui no Brasil foi colocada na familia de Oya e passou a ser uma qualidade de Oya que traz a douçura de Oxum, a quentura do fogo de Oya e a bravura do guerreiro Ogun.

 

 

Egunitá. (Senhora Kaliê-yê)

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