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Lendas de Yemanjá

 

Yemanjá joga búzios na ausência de Orunmilá

 

Iemanjá e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho, com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou e demorou para voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa, Então, usando o oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios. ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.

 

Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ela disse que fez aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumare.Olofim reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino. Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.

 

Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.

 

 Iemanjá ganha o poder de cuidar de todas as cabeças

 

Olodumaré fez o mundo e repartiu entre os orisás vários poderes, dando a cada um reino para cuidar. A Exú deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas. A Ogum o poder de forjar os utensílios para agricultura e o domínio de todos os caminhos. A Oxóssi o poder sobre a caça e a fartura. A Obaluaiyê o poder de controlar as doenças de pele. Oxumaré seria o arco-íris, embelezaria a terra e comandaria a chuva, trazendo sorte aos agricultores. Xangô recebeu o poder da justiça e sobre os trovões. Oyá reinaria sobre os mortos e teria poder sobre os raios. Ewá controlaria a subida dos mortos para o orum, bem como reinaria sobre os cemitérios. Oxum seria a divindade da beleza, da fertilidade das mulheres e de todas as riquezas materiais da terra, bem como teria o poder de reinar sobre os sentimentos de amor e ódio. Nanã recebeu a dádiva, por sua idade avançada, de ser a pura sabedoria dos mais velhos, além de ser o final de todos os mortais; nas profundezas de sua terra, os corpos dos mortos seriam recebidos. Alem disso do seu reino sairia a lama da qual Oxalá modelaria os mortais, pois Odudua já havia criado o mundo. Todo o processo de criação terminou com o poder de Osoguian que inventou a cultura material.

 

Para Yemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Osalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos.Yemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava. Durante muito tempo Yemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, nos ouvidos de Osalá, que este enlouqueceu.

 

O ori (cabeça) de Oxalá não suportou os reclamos de Yemanjá.Oxalá ficou enfermo, Yemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias curou Oxalá.Oxalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.

 

Fonte:

Reginaldo Prandi, Mitologia dos Orixás, 2001.

Dia: Sábado

Cor: Branco, Prateado, Azul e Rosa

Símbolo: Abebé prateado.

Elementos: Águas doces que correm para o mar, Águas do mar

Domínios: Maternidade (educação), Saúde mental e Psicológica

Saudação: Erù-Iyá, Odó-Iyá

 

Os regidos por Iemanjá são profundamente emotivos, razão pela qual são chamados de chorões, dão grande valor à família e aos amigos. Muito gentis, tratam todas as pessoas sempre com a mesma educação e carinho. Não possuem aparência de fortes, mas são dominadores e possuem uma garra enorme. Também são protetores e ninguém se equivale a eles quando o assunto é ajudar um amigo ou dar abrigo a alguém indefeso.

 

Sonha com grandes progressos, embora, às vezes, de forma ingênua, não tenha idéia de proporção, exagerado em suas aspirações. É empreendedora e ativa, vaidosa e coquete, gosta de adornos discretos e caros. Exige muitas atenções e geralmente, embora realize com perfeição os deveres domésticos, parece não sentir grandes atrações para com a cozinha, a não ser no que diz respeito aos filhos.  Se você se põe nas mãos de alguém de Iemanjá,pode ficar tranquilo: terá conselhos, orientação, mas sempre tratando você como filho. Filhos de Iemanjá ostentam uma calma aparente, só aparente. A tem como boba em diversas vezes, mas ela continua sendo doce mesmo após essa constatação. Porém, mesmo com essa capacidade enorme de perdoar, se isso se repete o suficiente para que ela se magoe, não haverá volta. Carregará esse rancor por toda sua eternidade. Se por qualquer motivo, for traído, torna-se uma pessoa cheia de raiva e vingativa. Enquanto não ver o outro comendo o pão que o diabo amassou. 

 

Lutam pelas coisas justas e não ficam em ambientes onde sentem que as aparências falam mais alto do que a essência das pessoas. Seu maior pecado é a vaidade, em nome da beleza são capazes de tudo. Precisam se sentir belos e especiais do momento em que acordam, ao momento em que vão dormir. Você nunca sabe o que uma pessoa de Iemanjá está pensando. Verdadeiras incógnitas.

 

Quando o assunto é amor, são pessoas uns tanto instáveis. Seu humor muda de acordo com as marés e, da mesma maneira que um dia chora de saudade, faz escândalo por amor, no outro pode levantar e não tocar no nome da pessoa amada, como se ela nunca tivesse existido.

 

Trabalhar com um regido de Iemanjá é bom porque é uma pessoa amorosa e ambiciosa. Batalha pelo que deseja e respeita muito a opinião do outro. Aliás, possui um respeito tão grande pela chefia e seus superiores que chega a ser reconhecido por isso.

 

Costuma se dar bem em empregos onde possa lidar com crianças ou idosos, porque é muito paciente e doce. Também faz sucesso em empregos onde possa colocar a criatividade para funcionar como arquiteto, cantor, artista plástico, publicidade. Quando o importante do trabalho é que ele seja feito por equipe, você sempre bem lembrado, afinal poucos são os que conseguem reunir as pessoas em torno de um ideal comum. Pau para toda obra, não nega ajuda, chegando algumas vezes a assumir a responsabilidade dos outros.

 

Sempre nas grandes famílias há um filho de Iemanjá pronto a se envolver com os problemas de todos porque gostam. Gostam tanto disso que podem se revelar um excelente psicólogo e responsável familiar.

Iêmanjá /(Yemojá)

Yemonjá, por presidir à formação da individualidade, que como sabemos está na cabeça, está presente em todos os rituais, especialmente o Bori. É a rainha de todas as águas do mundo, seja dos rios, seja do mar. O seu nome deriva da expressão YéYé Omó Ejá, que significa, mãe cujo filhos são peixes. Na África era cultuada pelos egbá, nação Iorubá da região de Ifé e Ibadan onde se encontra o rio Yemojá. Esse povo transferiu-se para a região de Abeokutá, levando consigo os objectos sagrados da deusa, e foram depositados no rio Ogum, o qual, diga-se de passagem, não tem nada a ver com o Orixá Ogum, apesar de no Brasil Yemojá ser cultuada nas águas salgadas, a sua origem é de um rio que corre para o mar.

 

Inclusive, todas as suas saudações, orikís e cantigas remetem a essa origem, Odó Iyà por exemplo, significa mãe do rio, já a saudação Erù Iyà faz alusão às espumas formadas do encontro das águas do rio com as águas do mar, sendo esse um dos locais de culto a Yemonjá. Yemonjá é a mãe de todos os filhos, mãe de todo mundo. É ela quem sustenta a humanidade e, por isso, os órgãos que a relacionam com a maternidade, ou seja, a sua vulva e seus seios chorosos, são sagrados.

 

Yemonjá é o espelho do mundo, que reflecte todas as diferenças, pois a mãe é sempre um espelho para o filho, um exemplo de conduta. Ela é a mãe que orienta, que mostra os caminhos, que educa, e sabe, sobre tudo, explorar as potencialidades que estão dentro de cada um, como fez com os guerreiros de Olofin, mostrando o quanto eram bons nos seus ofícios, mas dizendo, ao mesmo tempo, que a guerra maior é a que travamos contra nós mesmos.

A energia de Yemanjá juntou-se a Orugan. Dessa interação nasceram diversos Orixás e dos seus seios rasgados jorraram todos os rios do mundo. Yemonjá é a própria água, suas lágrimas transformaram transformar num rio que correu em direcção ao oceano.

 

Portanto, não é por acaso que as lágrimas e o mar tem o mesmo sabor. Dissimulada, e aridlosa, Yemonjá faz uso da chantagem afetiva para manter os filhos sempre perto de si. É considerada a mãe da maioría dos Orixás de origem Iorubá, exceto Logunedé. É o tipo de mãe que quer os filhos sempre por perto, que tem uma palavra de carinho, um conselho, um alívio psicológico.

 

Quando os perde é capaz de se desequilibrar completamente. Yemonjá é a mãe que não faz distinção dos seus filhos, sejam como forem, tenham ou não saído do seu ventre, quando humildemente criou, com todo amor e carinho, aquele menino cheio de chagas, Omulu. 

 

Numa Casa de Santo, Yemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pais no Santo) ou Ialorixás (Mães no Santo) com os Filhos no Santo.

 

A necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Yemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.

Yemanjá e/ou Nossa Sra. dos Navegantes??

 

Yemanjá de cabelos longos(acho que foi progressiva), branca, magra, seios pequenos...

A imagem de Yemanjá foi sincretizada com as imagens de algumas santas católicas, especialmente Nossa Senhora dos Navegantes, mas também Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Glória. Em alguns lugares, como na Bahia, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, comemora-se o dia de Iemanjá em 2 de fevereiro (mesmo dia de Nossa Senhora dos Navegantes)

Em outros lugares, como São Paulo e Paraíba, no dia 8 de dezembro (mesmo dia de Nossa Senhora da Conceição)... E em outros lugares ainda, como Fortaleza, é no dia 15 de Agosto N. Sra da Glória. E assim, a imagem de Iemanjá foi "branqueada" para tornar o sincretismo mais aceitável pela igreja católica...

 

Pouição??? Meio Ambiente?????

 

Outro fato importante, fala-se tanto de meio ambiente, sustentabilidade ambiental mas, em seu dia de homenagem várias oferendas como embalagens de plástico , vidros e outros, tecidos... que são jogados no mar, se já não bastasse o desrespeito pela natureza pelas grandes Cias.

Você gostaria que sujassem sua casa????

Será que Yemanjá realmente gosta que poluam a sua morada?????

E foi nas ondas do Mar

Que entreguei os meus problemas

E aprendi a confiar Que todo mal não dura para sempre

E que a paz é uma semente que precisa semear

E no horizonte de um mar tão infinito Iemanjá me acolheu e meu deu um mundo tão mais bonito

Eu abri meu coração, ela me estendeu a mão

E entreguei meu caminhar a Iemanjá ⚓

 

 

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