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Itans/Lendas

 

Os Ibejis nascem de Oiá e são criados por Oxum


Oyá andava pelo mundo disfarçada de novilha. Um dia Oxóssi a viu sem a pele e se apaixonou. Casou-se com Oiá e escondeu a pele de novilha, para ela não fugir dele. Oiá teve dezesseis filhos com Oxóssi. Oxum, que era a primeira esposa de Oxóssi e que não tinha filhos, foi quem criou todos os filhos de Oiá. O primeiro a nascer chamou-se Togum.

Depois nasceram os gêmeos, os Ibejis, e depois deles, Idoú. Nasceu depois a menina Alabá, seguida do menino Odobé. E depois os demais filhos de Oiá e Oxóssi. Os meninos pareciam-se com o pai, as meninas, com a mãe. Oyá tinha os filhos que Oxum criava e assim viviam na casa de Oxóssi. Um dia as duas mães se desentenderam. Oxum mostrou a Oiá onde estava sua pele. Oyá recuperou a pele de novilha, reassumiu sua forma animal e fugiu.

Os Ibejis são transformados numa estatueta

São filhos de Iemanjá os dois meninos gêmeos, os Ibejis.

Os Ibejis passavam o dia a brincar. Eram crianças e brincavam com Logum Edé e brincavam com Euá. Um dia, brincavam numa cachoeira e um deles se afogou. O Ibeji que ficou começou a definhar, tão grandes eram sua tristeza e solidão, melancólico e sem interesse pela vida. Foi então a Orunmilá e suplicou que Orunmilá trouxesse o irmão de volta. Que Orunmilá os reunisse de novo, para que brincassem juntos como antes. Orunmilá não podia ou não queria fazer tal coisa, mas transformou a ambos em imagens de madeira e ordenou que ficassem juntos para sempre. Nunca mais cresceriam, não se separariam. São dois gêmeos-meninos brincando eternamente, são crianças.

Ibejis

Ìbejì é o Òrìsà dos gêmeos. Da-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorùbá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho.

Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em honra ao Òrìsà. Divide-se em masculino e feminino,(gêmeos). Em Oyó cultua-se como erês ligado a qualidades de Sangô e Osun. Popularmente conhecido como Xangô e Oxun de ibeji.

 

Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.

Ibeji na nação Ketu, ou Vunji nas nações Angola e Congo. É o Orixá Erê, ou seja, o Orixá criança. É a divindade da brincadeira, da alegria; a sua regência está ligada à infância.

 

Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exú, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com as suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo. É o Orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. A sua determinação é tomar conta do bebé até à adolescência, independentemente do Orixá que a criança carrega.

 

Dia: Domingo

Cores: Azul, Rosa e Verde

Elemento: Ar

Domínios: Nascimento e Infância

Símbolos: 2 Bonecos Gêmeos, 2 Cabacinhas

Saudação: Bejiróó!

 

Ibeji é tudo o que existe de bom, belo e puro; uma criança pode-nos mostrar o seu sorriso, a sua alegria, a sua felicidade, o seu falar, os seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o voo das aves, na beleza e perfume das flores. 

 

É A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de um momento feliz, de uma travessura, e você estará a viver ou revivendo uma lenda deste Orixá. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu na nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, Ibeji já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.A lenda e a história de Ibeji, acontece a cada momento feliz de uma criança. Ao menos para manter vivo este importante Orixá, procure dar felicidade a uma criança. Faça você mesmo o encantamento de Ibeji. É fácil: faça gerar dentro de si a felicidade de estar vivo. Transmita esta felicidade, contagie o seu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji, feliz!

 

 

Arquétipos: Os filhos de Ibeji são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconsequentes; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhões, sorridentes, irrequietos – tudo, enfim, o que se possa associar ao comportamento típico infantil.Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, a sua leveza perante a vida revela-se no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, a sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia. Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e uma certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, às vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em seu torno a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”. Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com alguma facilidade.

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