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Ifá (“Orumilá”)

Orumilá é o senhor dos destinos, é quem rege  o plano onírico (sonhos), é aquele que tudo sabe e tudo vê em todos os mundos que estão sob a tutela de Olorum, ele sabe tudo sobre o passado, o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Céu, é o regente responsável e detentor dos oráculos, foi quem acompanhou Odudua na criação e fundação de Ilé Ìfé, é normalmente chamado em suas preces de: Elérí Ìpín  "O testemunho de Deus''.
 

Acredita-se que Olorum passou e confiou de maneira especial toda a sabedoria e conhecimento possível, imaginável e existente entre todos os mundos habitados e não habitados à Orumilá, fazendo com que desta forma Orumilá tornasse seu representante em qualquer lugar que estivesse. Seu culto já está quase extinto no Brasil e mesmo na África. Torna-se difícil falar de uma divindade cujo culto é pouco divulgado em Templos ou casas de culto.

 

Além disto tudo, Orumilá é também quem tem a vida e a morte em suas mãos, pois ele é a energia que esta mais atuante e mais próxima de Olorum, podendo ele ser a única entidade que tem poderes para suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa. Não é Orixá, encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olorum é o ser supremo dos Iorubás, o nome que dão ao Absoluto, Orumilá é a sua emanação mais transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar. Na tradição de Ifé é o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odudua quando da sua chegada à Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de vir fixar-se em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria de adivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do destino das pessoas.

O antigo e verdadeiro sacerdote de Ifá é aquele que sabe o axé poderoso deste jogo e que em sua roça do culto aos Orixás, tinha o entendimento da ciência que se encerra dentro das dezesseis nozes de palma ofertadas a Orumilá e que compreenda perfeitamente a linguagem de suas caídas e o próprio segredo existente dentro delas através de Oxalá e do lado de fora por Elegbará que é o guardião dos segredos cósmicos de todas divindades africanas. Também foi destinado a Ifá o jogo com os caurís (búzios), em que Exu e Oxum  possuem o conhecimento do oráculo. 

 

Orumilá sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que têm vida em nosso mundo, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua vinda a terra, e é neste exato instante que Ifá determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos pôr aquele determinado espírito. É pôr isso que Orumilá tem as respostas para toda e qualquer pergunta que lhe é feita, e que ele têm a solução para todo e qualquer problema que lhe é apresentado, e é pôr esta razão que ele têm o remédio para todas as doenças que lhe forem apresentadas, pôr mais impossível que pareça ser a sua cura. 

 

Ainda vale ressaltar que somente Orumilá e Exú possuem para si um culto individual, onde são feitos adorações totalmente específicas para os mesmos, também são eles os únicos que podem possuir somente em seu culto um sacerdote específico.

 

Pois como o Camdomblé é uma das culturas mais antigas existentes, necessita-se iniciar-se dentro do universo dos deuses africanos, cumprir com todas as obrigações exigidas dentro da iniciação, estudar e pesquisar com muito afinco, e mesmo assim passará a vida toda buscando por antigos preceitos e axé dos deuses Yorubás. A beleza escultural e a riqueza é símbolo da natureza e poder de Orumilá.

Itans/lendas:

 

Como surgiu o jogo de Ifá? Como prova de sua indispensabilidade é importante mencionar que, quando Orumilá foi enfurecido por um de seus filhos, deixou a terra e foi para o céu. Com a ausência de Orumilá na Terra, surgiram grandes problemas, a ordem natural de todas as coisas e atividades inverteram-se, quando então, todas as pessoas reclamavam e buscavam alternativas para a paz e normalidade.

 

O PRIVILÉGIO DE EXU

 

Quando Obatalá veio para a Terra trazendo os deuses Yorubás, Exu era tido como o guardião da adivinhação, fazia revelações através da mente e inteligência de Orumilá, sendo então o porta-voz do deus da profecia. Exu - sempre muito esperto - fez um pacto com Ifá e pediu a Orumilá que transmitisse a ele o dom e o poder de profetizar sobre a vida dos homens e dos deuses.

 

Como Exu não trabalha de graça - cobrou-lhe favores e certos privilégios. Exu exigiu que em qualquer instância as oferendas teriam que ser servidas primeiro para ele, tudo seria feito antes dos outros deuses. Oxum, que acompanhava o pacto de Ifá com Exu e também ser companheira de Ifá, questionava-se. Tantas pessoas a consultavam e ela não podia prever, pois não detinha o conhecimento do jogo da adivinhação.

 

Oxum com toda sua diplomacia, queixou-se a Exu, alegando que queria ajudar as pessoas mas não podia, pois não tinha o poder de jogar. Exu então, falou com Orumilá e este permitiu o jogo de dezesseis búzios a Oxum, só que com a condição de Exu responder as perguntas dela dentro do jogo. Exu teve que exercer sua antiga função, cargo este que Exu não mais queria exercer. É por isso que os filhos de Oxum não podem descuidar das obrigações de Exu.

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